quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fugindo do conforto – Eduardo Pompeu

Dominado pela falta que me faz
Que absorve o meu pensamento
E absolve a culpa da inacreditável dependência de sofrer

Caminhando a troco de alcançar lugar algum
Com os pés desprotegidos, nus...
Tomando em minhas mão
O tempo que ainda não passou
Tomado do meu tempo que se foi
Como o legado desta cação que ficará

Fugindo do conforto que nos faz refém dos nossos medos...
Do necessário... Dos nossos sonhos e de nós.

E como, se escapando do óbvio...
De forma implacável e voraz
De um jeito que nos faz pensar
E refletir se a estrada realmente tem seu fim

E se a luz que finda àquela ponte, um dia se apagar
Como cordão e cera quente queimando à sua sorte
Ou se, como o farol pra embarcação ficará
Como de prontidão sob a tormenta que atormenta o horizonte

Horizonte que tanto contemplamos e almejamos...
No sol da manhã... Ou num beijo puro e bom
De quem ama e espera
Com a euforia nostálgica de um audaz.